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O mar e a vida

data-filename="retriever" style="width: 100%;">"Quando você não souber aonde ir, corra para o mar, porque perto dele somos mais felizes!" Não sei de quem é essa frase, no entanto, tudo o que precisamos nesse momento é ir ao encontro da felicidade. Assim, nesses meus últimos dias de férias, fui em busca do mar. Fui caminhar na praia, na companhia das gaivotas.

Sob a luz do entardecer, o mar estava, ainda, mais lindo, em contraste com os tons de azul do céu. O friozinho do outono foi acentuado pela brisa que soprava do oceano. O silêncio do lugar só era interrompido pelo canto das gaivotas e pelo ruído do vai e vem das ondas. Lembranças antigas, da felicidade e da liberdade dos verões de outros tempos vieram à mente.

Não tem como não pensar na vida, no que já foi vivido e no que o futuro nos reserva. A melancolia toma espaço. Chega devagarinho, silenciosa, mas reflexiva, tentando organizar a confusão que as incertezas do momento provocam.

Lembrei do livro: O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway, que conta a história de um homem solitário e a sua maior aventura em alto mar. A obra é uma grande metáfora de como é nossa relação com a vida, a luta pela sobrevivência e do homem contra a sua própria natureza. Na visão do velho Santiago, principal personagem do livro, a vida é como o mar, incompreensível para a maioria de nós. Ela é uma sucessão de tempestades e calmarias, de perdas e conquistas, de altos e baixos, como a maré. A vida, segundo o velho, é uma luta infindável na busca da felicidade. Assim como o marinheiro ao navegar, ele sugere que tenhamos paciência diante de dificuldades, mesmo que a julguemos intransponíveis, pois, sabedoria e persistência são elementos que nos garantem a sobrevivência.

A exemplo do livro, o que estamos vivenciando hoje, a humanidade já vivenciou em outros momentos da história, por meio de terremotos, furacões, doenças, acidentes atômicos, guerras e, como não poderia ser diferente, tais eventos ocasionaram profundas alterações nos comportamentos e padrões culturais das pessoas. No entanto, as reações de cada indivíduo, as formas como superaram tais acontecimentos, estavam fortemente relacionadas às suas vivências e nas redes de apoio que possuíam.

O livro de Hemingway, mesmo escrito em 1952, oferece um bom conselho do velho Santiago aos leitores, o que, de certa forma, ajuda na compreensão e na transição dessa fase difícil. Diz ele: "Agora não é o momento de pensar naquilo que você não tem. Pense antes no que pode fazer com aquilo que tem."

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